sábado, 27 de fevereiro de 2010

Deserto, lugar de encontro consigo mesmo e com Deus

Não posso deixar passar a mensagem do domingo passado, o primeiro da quaresma. Nele, ouvimos que Jesus foi para o deserto impulsionado pelo Espírito Santo.

Nem sempre nos damos conta de que o Espírito Santo nos impulsiona para lugares que normalmente não gostaríamos de ir. Isso acontece porque temos medo de ficar sozinhos dentro de casa, medo de andar na rua sozinhos à noite, medo de ficar sozinhos na vida.

Mas isso pode ser assunto pra um outro papo. Na verdade, a liturgia desse domingo propõe experimentar uma outra faceta do deserto, que talvez não estejamos ainda acostumados.

Jesus não está sozinho no deserto. Ele tem a companhia de si mesmo e do Espírito Santo que desceu sobre ele no seu batismo. Essas duas presenças o ajudarão a vencer as tentações que virão pela frente.

Sei que não é tão simples assim. Cada um sabe de que direção vêm as tentações. As que vieram a Jesus tinham a ver com o sentido de sua missão. As nossas, só nós sabemos.

Mas podemos fazer como Jesus.

Ficar sozinho é bom de vez em quando pra botarmos a cabeça no lugar. Todas as vezes que agimos por impulso, podemos fazer coisas das quais nos arrependemos depois.

Por isso, um tempinho pra ficar a sós cosigo mesmo e com Deus faz bem à cabeça e à vida.

Minha dica é lembrar daquele momento em que vamos tomar banho antes de ir para o trabalho ou para o colégio. Mesmo com tanta água sobre nós, podemos dizer que é um momento de deserto. Ali pensamos em tudo o que vamos fazer durante o dia. Que tal convidar Deus para esse momento e pedir que ele esclareça, oriente e abençoe seus planos para o dia?

E ainda, como prolongar essa intimidade com o Senhor por alguns minutinhos dentro do carro ou na condução? E a capelinha (dentro do banheiro) em que você pode conversar com o Senhor na hora do almoço?

Mas não se esqueça de trazê-lo junto com você na volta do trabalho. Ao invés de murmurar por causa do calor ou do engarrafamento, agradeça a Ele as coisas que você conseguiu fazer e peça discernimento para o que pode ser adiado pra amanhã.

Viu quanta coisa a gente pode tirar do deserto?

2 comentários:

  1. Isso é um desafio de fato. Estamos tão acostumados ao barulho do dia-a-dia que não sabemos nos portar no silêncio do deserto.

    Um abraço forte.

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  2. A imagem do desreto é forte, pois nos remete a sensação de solidão, talvez por isso nossa dificuldade em aproveitarmos melhor os momentos em que estamos sós, ou de procurar esses momentos.Porém é através do deserto que aprendemos a nos fortalecer perante as dificuldades.Procuremos nossos momentos de deserto nessa Quaresma para refletirmos mais sobre nossa caminhada de fé e de vida.
    Abraço, Andréia

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