"Eis o meu servo". Com essas palavras, o profeta Isaís nos apresenta essa figura que a tradição cristã associou a Jesus Cristo.
Das muitas referências importantes desse texto, fiquemos com essa:
"Ele não quebrará a cana rachada, não apagará a mecha que ainda fumega." (Is 42, 3)
Nós temos a mania de querer tudo certinho. Aquilo que está mais ou menos a gente joga fora. Não quebrar a cana rachada significa, que mesmo imperfeita, ela ainda contém o suco que vai alimentar. Lembro aqui, por exemplo da Pastoral da Criança, quando ensina a aproveitar as cascas dos alimentos para fazer sucos e multimistura que já salvou milhares, quem sabe milhões, de vidas da desnutrição. Aquilo que nós jogamos no lixo, achando que não serve pra nada, a Pastoral da Criança transforma em alimento.
Da mesma forma, uma vela quase no fim, aquele cotoquinho, sempre nos salva do desespero quando a encontramos no fundo da gaveta num dia de blecaute. E se tivéssemos jogado aquele cotoquinho fora?
O servo de Javé, segundo Isaías, "não desanimará, nem desfalecerá até que tenha cumprido da verdadeira justiça sobre a terra".
No Evangelho, vemos o que aconteceu após a ressurreição de Lázaro. Foi ela a gota d'água que faltava para as autoridades decidirem matar Jesus.
O óleo com perfume derramado sobre os pés de Jesus antecipa os cuidados com seu corpo para o sepultamento, uma vez que lá naquele dia, não haverá tempo para isso.
Da mesma forma, é revelada a personalidade de Judas, aquele que o iria trair.
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